julho 15, 2024

Afinal...

Afinal, ao contrário do que me pareceu, o Andreas não estava bem, como escrevi aqui há três meses. A felicidade com que fiquei ao ver reconhecida a sua mestria na azulejaria, na recente exposição do Museu Nacional do Azulejo, foi confrontada com a terrível notícia da sua morte, que aconteceu anteontem. Não é a minha felicidade ou infelicidade aquilo que quero noticiar, mas a partida do Andreas e o modo cruel como sucedeu. Eu não fui ao velório, podendo ter ido, nem irei ao funeral, podendo ir. Nunca percebi por que vou umas vezes e outras não, apesar de isso nada ter a ver com o grau de proximidade ou de estima para com a pessoa. Também não é a minha presença ou ausência das cerimónias fúnebres aquilo que quero noticiar, mas a partida do Andreas, e lembrar que deixou muita obra para apreciarmos: desenhos, pinturas, esculturas e azulejos. Além de boas memórias em quem com ele privou.

- do projeto Sincrónicas e anacrónicas -