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janeiro 07, 2024

Quando fecho os olhos no escuro da noite

Muitas vezes, quando fecho os olhos no escuro da noite, e com a lâmpada do quarto apagada, projetam-se luzes multicores no interior das minhas pálpebras, vindas dum foco situado dentro do meu cérebro. Vejo uma paisagem de cores e manchas luminosas, que se move e se transforma com ligeiros movimentos dos meus olhos, ou apenas com o que penso. É um filme meu, numa sala só minha, onde sou o único espetador.


- do projeto Noitário de um insone -

agosto 04, 2023

Gatos a miar na altura do cio

Gatos a miar na altura do cio, lembrando crianças em birra de final de choro forte e longo, ora me aborrece, ora me concentra para ouvir esse canto guerreiro em tom de lamentação, improvisado e ao desafio. Bem conheço esses sons e até gosto de os imitar; e percebo quando os machos se provocam e dão patadas na cabeça; e depois se envolvem em bulhas com miados e guinchos; e voltam a separar-se e a ameaçar-se; e corre um atrás de outro, que se esconde ou sobe a um muro. E depois termina, com um a desistir do desafio e da luta pela conquista da gata que andará por perto. Se não é assim o que não vejo ou não sei, por ser noite, imagino maneira de o ser por já ter visto.

- do projeto Noitário dum insone -

abril 12, 2022

Às vezes qualquer coisinha me pode aborrecer

Às vezes qualquer coisinha me pode aborrecer, e a ela atribuo culpas por não dormir. Outras vezes nada me aborrece; nem o ladrar dos cães, nem o miar dos gatos, nem o barulho da vizinha histérica a ralhar com os filhos. O que me aborrece mesmo é esta coisa feita de substâncias duras, moles e viscosas a que se chama pessoa, coisa de que poderei dizer Isto sou eu. Mas ao mesmo tempo há algo que me agrada nessa amostra infiel de mim, ainda que sofrendo e sem que me agrade o sofrimento.

- do projeto Noitário de um insone -

fevereiro 08, 2022

Um filme interior

Muitas vezes, quando fecho os olhos no escuro da noite, e com a lâmpada do quarto apagada, projetam-se luzes multicores no interior das minhas pálpebras, vindas dum foco situado dentro do meu cérebro. Vejo uma paisagem de cores e manchas luminosas, que se move e se transforma com os suaves movimentos dos meus olhos, ou apenas com o que penso. É um filme meu, numa sala só minha, onde sou o único espetador.

- do projeto Noitário de um insone -