António Galrinho
Espaço de divulgação da obra e da atividade do autor
abril 16, 2024
Andreas Stocklein
abril 08, 2024
Ilusão - E. M. de Melo e Castro
março 25, 2024
A indecisão da letra muda
março 17, 2024
Flores de olaias no chão
Num caminho de terra castanha, salpicado de musgos verdes, caem flores carmim das olaias, no parque de Palmela, situado na encosta do castelo virada a norte. O sol de fim de tarde estava com uma luz intensa, daí as cores tão fortes.
- Coisas por aí... -
março 02, 2024
O discóbolo
O discóbolo é uma obra feita há dias, com caneta-pincel de acrílico dourado sobre um LP de vinil. Uma brincadeira que me fez sair do meu "espaço de conforto", como agora se diz.
- Diversos -
fevereiro 22, 2024
Tenho um gato
Tenho um gato cuja maior mestria é dormir, como sucede com qualquer gato. Olha para mim quase sempre que olho para ele. Às vezes pergunta-me Então, o que se passa contigo? Incomoda-me o seu olhar e as suas perguntas. Nem sempre lhe respondo e chego até a virar-lhe as costas, mas fico a pensar nele. Os gatos passam dois terços da vida a dormir, e em dois terços do tempo que passam acordados estão silenciosos, parados e de olhos semicerrados, sentindo a verdade como ela é: agora e sem porquês. Quando me sento no sofá, vai para o meu colo e olha-me duas ou três vezes com um ar ensonado, dizendo Vou mostrar-te como se dorme. Dá meia-volta, enrosca-se num abraço fraterno ao sono, olha-me uma última vez para confirmar que ainda estou a olhar para ele, e pronto. Depois fico a sentir-lhe o ronrom e a fazer-lhe festas suaves e lentas. Tranquiliza-me, dá-me sono…, mas não durmo.
- parágrafo do Monólogo das insónias -
fevereiro 10, 2024
Um pequeno cogumelo
Um pequeno e colorido cogumelo nasceu sobre um pedaço de sobreiro morto, com um palmo de comprimento. É a natureza a cumprir a sua função de renovar a vida. Não é preciso dizer mais.
- coisas por aí... -
fevereiro 03, 2024
Esmola
Raramente dou esmolas, porque raramente me parece serem sinceros os pedidos. Por outro lado, cruzo-me com gente que certamente precisaria de esmola mas que, por orgulho ou vergonha, não a pedem. E quando dou, às vezes arrependo-me. Hoje dei esmola a um velho que estava sentado num banco de jardim, a meio da principal avenida da minha cidade. À distância vi-o pedir a uma mulher, que lhe deu uma moeda. Eu aproximava-me dele e percebi que me iria pedir também. E assim aconteceu. Estendeu a mão e o olhar na minha direção e disse baixo algumas palavras que não entendi. Passei à sua frente, olhei-o de relance mas segui. A minha mulher disse Cheira tão mal a mijo! Eu não me apercebi, mas olhei para trás e parei. Então, vi melhor a figura daquele homem, que ainda olhava para mim, mas agora de mãos nos joelhos. A sua roupa estava sebenta e a sua pele suja e gordurosa. Tinha boina na cabeça e uma bengala ao seu lado. Peguei na carteira, tirei uma boa moeda, voltei para trás e coloquei-a na mão do homem. Ele agradeceu com uma lengalenga longa da qual só entendi algumas palavras. Não lhe senti mau cheiro, nem me arrependi de lhe ter dado a esmola.
- do projeto Anuário de banalidades -
janeiro 27, 2024
Dentro de cada homem existem várias pessoas - II
A série Dentro de cada homem existem várias pessoas é composta por três telas, todas em quadrícula e com 1,40m x 1,40m. Nesta foi utilizada uma fotografia do Nuno Apolinário, falecido no ano passado. O Napolin, como gostava de ser chamado, pintava e fazia desenhos muito peculiares, sintéticos, reveladores duma sensibilidade muito especial.
- da série Dentro de cada homem existem várias pessoas -
janeiro 15, 2024
Um beijo interminável
- sombras de mim -
janeiro 07, 2024
Quando fecho os olhos no escuro da noite
Muitas vezes, quando fecho os olhos no escuro da noite, e com a lâmpada do quarto apagada, projetam-se luzes multicores no interior das minhas pálpebras, vindas dum foco situado dentro do meu cérebro. Vejo uma paisagem de cores e manchas luminosas, que se move e se transforma com ligeiros movimentos dos meus olhos, ou apenas com o que penso. É um filme meu, numa sala só minha, onde sou o único espetador.
- do projeto Noitário de um insone -
dezembro 27, 2023
Pôr-do-sol em Sesimbra
dezembro 21, 2023
O pôr-do-sol
Ao pôr-do-sol as paisagens exercem um fascínio particular, sobretudo por ser o momento evidente da passagem do dia para a noite e pelo colorido particular que a atmosfera toma. Além disso, o lusco-fusco que se segue a esse momento contribui para um efeito tranquilizador geral. E quando nessa paisagem existe água e ou nuvens e ou planície a perder de vista e ou montanhas ao longe e ou casario com luzes acesas, ficamos como que enfeitiçados e em silêncio a olhar e a sentir.
- do projeto Sincrónicas e anacrónicas -
dezembro 07, 2023
Um aceno de olá
novembro 26, 2023
Se uma palavra não me agrada
Se uma palavra não me agrada
Não a condeno
Questiono-me por não a saber devidamente
Ou por não achar outra
Que saiba melhor de mim
Com as palavras que há
Poderia dizer mais
Do que aquilo que consigo pensar
Se o soubesse…
Mas com agrado aceito que assim seja
Pois o que há me basta
Por ser demais
- excerto do livro A superfície das coisas -
novembro 17, 2023
Carpinteiros carpinteiros
Na Ladeira, aldeia do concelho de Mação, esta placa anuncia a Rua dos Carpinteiros. O nome terá surgido por desejo popular e alguém escreveu o seu nome num pequeno retângulo de reboco. Mais tarde foi colocada uma placa de mármore sobre ele, oficializando o nome. Mas a placa não tapou completamente o retângulo, ficando repetida a palavra "carpinteiros", de propósito ou não.
- Coisas por aí... -